domingo, 2 de agosto de 2009

POEMAS


RUGAS

Rolam
as décadas
no semear
depauperado
da quimera

e no olho vítreo
da reminiscência
nem mais a sombra
das luas cansadas
reflecte no opaco
o soslaio
da tranquilidade
entanto almejada



CASCOS

No fundo do berço
dourado
mal amanhado
entre choros
e crisântemos
olhos em solilóquio
sorriem nódoa de parede

sorriem escárnio
arrancado
nas dunas
aos cascos
apagados
de milénios
de traços
e vírgulas



O MAR

Vi-te
trajada furor das ondas
desfeitas
em meus braços

Vi-te
Preenchida de conchas
do meu ouvir
e no paladar
do meu sentir
fostes-te pelo vazar do mar
deixando-me o eco
da eterna solidão
verde-azul

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